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bichano é bichano...
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Tratar os animais de estimação como seres humanos pode trazer graves consequências.  

Roupas e coleiras de grife, SPA, tratamentos estéticos, massagem, ofurô. A princípio, apenas mimos para os animais de estimação. E tanto cuidado tem um preço: isso pode prejudicar os animais.

Tratar os animais como seres humanos pode trazer problemas e prejuízos psicológicos tanto para os donos quanto para seus bichinhos de estimação, de acordo com o médico veterinário Luiz Fernando Sabadine. “Quando ocorre a humanização dos animais de companhia, eles perdem a sua identidade e passam a sofrer das mesmas coisas que os humanos sofrem”, afirma.

         

Segundo a Associação de Produtos e Prestadores de Serviços ao Animal (Assofauna), o mercado de pet shops cresce cerca de 17% ao ano e fatura R$ 3 bilhões. No Brasil existem aproximadamente 25 milhões de cães, 11 milhões de gatos, 4 milhões de pássaros e 500 mil aquários. De olho nesse mercado, a pet shop de luxo Au Pet Store, em São Paulo, oferece serviços como academia e centro estético para animais. Segundo Alcides Diniz, empresário da loja, os gastos de cada cliente variam. “Um cliente gasta em média R$ 100 por animal, mas já vi gente gastar R$ 3 mil”, diz. Já no Cãotry Club, hotel especializado em cuidar de cachorros, há macas para massagem, piscina aquecida, esteira aquática e até mesmo SPA para emagrecimento dos bichos de estimação.

Com inúmeras opções para cuidar dos animais, eles podem começar a apresentar alteração comportamental. “Percebendo o exagero de cuidados, o animal começa a se comportar como uma criança: mimando demais, você perde o controle”, diz o veterinário Luiz Fernando Sabadine. Agressividade, hiperatividade, comportamento anti-social. Estes são alguns sintomas dos animais “mimados”. Na maioria das vezes, as coisas consideradas erradas são feitas pelo animal na tentativa de chamar a atenção. “Até levar uma bronca é visto como forma de ser lembrado”, considera.

O tratamento para curar desvios comportamentais provocados pelo mimo exagerado consiste basicamente na procura de um profissional especializado, como um zootecnista, e principalmente na mudança de atitude do proprietário em relação ao animal. O médico ressalta que a correção deve ser feita no momento da “travessura”: se feita tardiamente, pode até mesmo ter o efeito contrário, pois o animal não se lembrará por qual motivo está tomando a bronca. “Precisamos principalmente do apoio dos donos. Com a humanização, ele pode acabar transferindo problemas e traumas para o animal”, finaliza Sabadine.